JOÃO PESSOA – O Dia da Consciência Negra, comemorado em 20 de novembro, será o tema do concerto que a Orquestra Sinfônica da Paraíba vai realizar com os músicos Totonho e Escurinho, na noite deste sábado (19), na Praça do Povo do Espaço Cultural, com regência do maestro Luiz Carlos Durier. O concerto, que faz parte da programação do Mês da Consciência Negra da Fundação Espaço Cultural da Paraíba (Funesc), começa às 20h e a entrada será 1 kg de alimento não perecível, para doação a instituições carentes da Capital.
“A Praieira”, de Chico Science, e “Aquarela do Brasil”, de Ary Barroso, estão entre as músicas que serão executadas pela Orquestra Sinfônica da Paraíba. Quem for ao Espaço Cultural para apreciar essa apresentação, vai presenciar também as performances de Totonho e Escurinho, que vão mostrar músicas autorais já bastante conhecidas, a exemplo de “Eu mandei meu amor”, “Nhem nhem nhem”, “Amassar a lataria”, “Lá Vem a Onda”, “Coco na Penha” e “Negro Espírito”.
“Está se tornando uma tradição, na Orquestra Sinfônica da Paraíba, fazer esse concerto para comemoramos e refletirmos sobre esta data e a consciência negra”, disse o maestro Luiz Carlos Durier. “A escolha de Totonho e Escurinho se deu pelo que eles representam como artistas e como pessoas da música popular paraibana. Essa foi a motivação que levou a OSPB e a Funesc a convidarem os dois artistas para este concerto comemorativo”, explicou.
Escurinho destacou a alegria em participar de um concerto da orquestra paraibana nessa data especial. “Para mim, além de uma grande satisfação, tem um pouco de sonho, de vontade, de associar a minha música a uma orquestra tão magnífica quanto a Orquestra Sinfônica da Paraíba, essa que eu sou fã desde muito, desde que conheci a história. E nessa data tão importante, tão representativa para o povo negro do Brasil, eu dedico a minha participação nesse concerto ao povo negro da Paraíba, ao povo negro nordestino”.
Totonho também comemora mais essa vivência na carreira. “A experiência de participar de um concerto com a Orquestra Sinfônica me leva a um patamar que a minha música foi percebida e no lugar mais importante onde ela deveria ser percebida. Esse concerto me leva também a responsabilidade afetiva de representar o povo de Monteiro, a minha cidade, uma cidade poética, de muitos poetas. Acho que eu também merecia isso, que a minha música pudesse ser percebida por outra timbragem e por outras pessoas que não tocam o mesmo gênero de música que eu uso para a composição. Eu me sinto um Flávio José, meu ídolo, a pessoa mais importante do forró hoje na Paraíba inteira, representa todo mundo do gênero. Então, pra Flávio José e pra Monteiro, eu vou lá me amostrar nesse concerto”, finalizou.
Totonho – Paraibano de Monteiro, o cantor e compositor Totonho vem se tornando referência da música alternativa brasileira desde 2001, ano em que foi lançado pela Gravadora Trama. É um dos fundadores, no início da década de 80, do Musiclube da Paraíba, cooperativa de compositores que inclui nomes como Pedro Osmar, Paulo Ró, Chico César e Adeildo Vieira, entre outros. Em 1988, foi para o Rio de Janeiro, onde iniciou sua trajetória na Educação, fundando ONGs como a ‘EX-COLA’, escola para ex-dependentes químicos, e o Grupo Cultural Afro Reggae.
Dono de um estilo próprio de compor, o músico paraibano lançou quatro álbuns autorais: Totonho & Os Cabras, Sabotador de Satélites, Coco Ostentação e Samba Luzia Gorda. Com sua banda, Totonho e os Cabra, passou por várias cidades brasileiras, entre elas, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador, Fortaleza, Rio de Janeiro, Curitiba, Brasília, Manaus, Teresina e Belém. Esteve também em pelo menos 11 países, incluindo França, Portugal, Espanha, Argentina, Rússia e Inglaterra.
Escurinho – Nascido em Serra Talhada, Pernambuco, o compositor, cantor e percussionista atua também no teatro como ator e na criação de trilhas. Em Catolé do Rocha, na Paraíba, fundou com alguns amigos o grupo Ferradura, na década de 70. Nos anos 80, já em João Pessoa, participou do grupo Jaguaribe Carne, trabalhou como percussionista em bandas de baile e participou da gravação de discos de artistas paraibanos.
Paralelo a sua atuação em festivais de música e teatro, idealizou e montou em 1995, o show Labacé, que gerou um CD. Os outros álbuns do artista foram Malocage, Princípio Básico e Ciranda de Maluco, e ainda gravou um DVD, resultado da gravação do show no projeto Toca Brasil, em São Paulo. Ao longo da carreira, levou sua arte para vários pontos do Brasil, como Garanhuns, Recife, Salvador, São Paulo, Rio de Janeiro, Natal e Fortaleza, e em outros países, a exemplo de Espanha, Bélgica, Suíça e Itália. Interprete performático, Escurinho traz em sua música uma poesia urbana de caráter social, numa fusão de vários ritmos.
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